terça-feira, 26 de agosto de 2008
Pedal para a Rocinha
Chegamos no ponto mais alto deste trecho da serra (1145 metros de altitude), mas pelo visual não parecia que estávamos tão alto assim. Fizemos uma pausa mais prolongada e até achamos um mirante próximo, mas até aí tudo normal. Uns 20 minutos depois voltamos ao pedal, passamos uma descida leve e mais à frente, me deparei com uma paisagem incrível: achamos sim a descida da serra !!! O local parecia um mirante, porque dava para ver toda a região e para perceber o tanto que tínhamos que descer para voltar. A decisão foi unânime: vamos parar novamente para apreciar o visual. Não deu outra, mais meia hora babando pelo visual louco que tínhamos à nossa frente. E que visual ... Sem dúvida, foi o visual mais legal da região que já tínhamos visto.
Já maravilhados pela paisagem, voltamos ao pedal, mas agora tínhamos a parte mais gostosa: o downhill pela serra. Lá de cima dava para ver que era bem íngreme e começamos bem concentrados (sim, é muito fácil cair numa estradinha de terra e pedras a quase 60 km/h e eu não estava a fim de passar as próximas semanas no hospital ...). A descida foi realmente um T !!! Durou uns 6 km, de trechos de alta velocidade sem muitas pedras e curvas travadas, que exigiam uma boa técnica de descida. No final, a descida ficou pouco íngreme, mas o trecho parecia mais um circuito de corrida, onde em última marcha rolou um peguinha bom entre nós. A adrenalina estava a mil e chegamos ao trecho plano com um sorriso na orelha e com um bom pique ainda para encararmos os 25 kms finais. Continuando o pedal, já relativamente cansados fomos aproveitando o fim da aventura e conhecendo a região. Passamos por alguns bairros rurais com diversos sitios e também por algumas igrejas como a de São José no bairro do Pedroso (na foto).
A previsão era de irmos até Lorena, mas devido a hora, reduzimos o trajeto e pegamos um caminho alternativo que sairia no Clube dos 500, passando por um famoso pesqueiro da região (tão famoso, mas eu não sei o nome). Depois de 71 kms de adrenalina e um visual fantástico ainda chegamos para o almoço, antes das 13:00 horas. Esse sem dúvida foi um dos passeios mais legais que eu já fiz e se tornou bem cansativo porque puxamos bem o ritmo.
Classificação:
- Dificuldade: Bem foda
- Visual: O visual lá de cima da serra na descida é fantástico
- Percurso: Com uma serra pela frente, escolhemos subir pelo asfalto e descer pela terra, que dá para aproveitar o downhill louco que tem na volta.
- Tipo: Misto, serve como treino na subida da serra, como passeio na parte de altitude, como downhill na descida da serra e ainda tem um trecho que dá um peguinha bom depois do downhill.
Números:
- Distância: 71,3 km
- Velocidade média: 18,4 km/h
- Velocidade máxima: 52,7 km/h
- Tempo total pedalado: 3:53 hrs
A seguir seguem a altimetria, o mapa e o percurso do Google Earth em tilt.
domingo, 17 de agosto de 2008
Vencendo a Serra de Quebra Cangalha
Eu havia confirmado com o Xoxa, mas na véspera desanimei. Só mudei de opinião porque o céu estava magnífico para o pedal. Então fomos nós e ainda convencemos o Larica a participar de um trecho (como sempre ele tinha alvará com hora de chegada em casa).
O Xoxa chegou cedo de São José dos Campos e saimos de casa para encontrarmos o Larica por volta das 8:00 horas. O pedal começou num ritmo moderado e seguimos tranquilos pela estrada dos Motas, que se inicia no Tamandaré, em Guará. Tínhamos algumas opções:
- Ir até Lagoinha pela serra e voltar pedalando pelo asfalto: 102 km;
- Ir até Lagoinha pela serra e voltar de ônibus: 47 km;
- Atravessar a serra e voltar pela asfalto antes de chegar em Lagoinha: 87 km;
O caminho era conhecido até a Cachoeira, de onde passamos mais ou menos a 1 km da estrada que pegaríamos em seguida.
Na Cachoeira, desta vez não entramos na água, porque estávamos com pressa, mas o Larica decidiu ir mais adiante com a gente para depois voltar para Guará.
Após um descanso, voltamos para a estrada, já avistando a serra que iríamos enfrentar e logo chegamos numa porteira, onde um lavrador nos informou que a estrada era mesmo aquela e mais para frente haveria uma outra porteira provavelmente trancada. Como porteira não é problema para a gente, fomos adiante. Pegamos um subidinha daquelas e logo chegamos ao topo dessa montanha, uma nanica perto da serra que se encontrava a nossa frente. Lá paramos para um pausa e para despedirmos do Larica, que retonaria daquele ponto.
Mais a frente encontramos a porteira trancada, na qual pulamos e passamos as bikes. Dali para a frente era quase tudo subida e cruzamos com outras estradas, com placas que indicavam o nosso caminho para Lagoinha, conforme nossa trilha do GPS. Logo chegávamos ao pé da serra e iniciávamos a escalada, que faz jus ao que escrevi: impossível pedalar de tão íngreme, não por causa do cansaço (eu estava muito bem por sinal), mas porque a bike empinava e derrapava muito. Pelo GPS sabíamos que estávamos a uns 3 ou 4 km do topo, mas teríamos que subir por volta de 600 metros. É muita inclinação ...
Fomos empurrando e eu cantando a altitude do GPS a cada 50 metros vencidos. No meu do caminho encontramos um cara de moto dizendo "o pior trecho ainda tá longe e vocês não subiram nada". Ainda nos informou que ônibus de Lagoinha para Guará só tem uma vez por dia, de manhã. O Xoxa estava meio desanimado mas continuamos. Quanto mais subíamos, mais íngreme ficava a estrada, que era de terra fofa em alguns pontos e de pedra em outros. Acho que nem jipe subia lá de tão inclinada que era. A subida começou a ficar dramática porque o Xoxa começou a reclamar das pernas. Mais de uma hora depois, chegamos ao topo, a 1295 metros de altitude (Guará fica a 530 metros). A vista era magnífica e sabiámos que estávamos no local mais alto da serra. Ficamos um tempo descansando e aproveitando o visual. Um longo downhill nos esperava ...
Resisti às tentativas do Xoxa de me convencer a voltarmos pelo mesmo local, mas esperava a seguir um trecho plano e de descida até Guará. Então decidimos continuar e contornar a serra, voltando pelo asfalto.
Comecei o downhill na frente, mas me cansei logo, não aguentei manter a postura na bike e quase não fiz várias curvas. Daí desacelerei um pouco, até quase passarmos direto numa big poça de lama no fim da descida (com um tombo provável na lama). Alguns kms à frente, paramos num barzinho para reabastecer as mochilas de água e continuamos por um caminho sugerido pelo dono da venda (um pouco diferente do GPS). Com muitas subidas, o Xoxa reclamava da perna, até chegarmos ao asfalto, na estrada que leva para Lagoinha. Teríamos ainda pegar a direção oposta a Lagoinha até a estrada Guará-Cunha. As subidas e descidas continuavam e como as pernas do Xoxa abriram o bico, conseguimos uma carona para um (só cabia um com a bike) no carro da Polícia Ambiental. Continuei pedalando até chegar na estrada Guará-Cunha, mais precisamente na Churrascaria do João Mendes (até onde durou a carona do Xoxa), subi a última subida antes de descer a serra e dali para Guará tinham ainda mais de 20 kms. Agora era moleza, pois o trecho de serra, além da paisagem fantástica, permitia "rodar" a uns 40 km/h apenas controlando a aerodinâmica. Só fui encontrar o Xoxa depois do fim da serra, num daqueles bares de caldo de cana, onde dei a última abastecida para os últimos 10 kms até chegarmos em casa.
Chegamos detonados e marrons de sujeira, após vencidos 90 kms de pedal e a Serra de Quebra Cangalha. Mas certamente valeu a aventura.
Classificação:
- Dificuldade: Muito foda.
- Distância: 87,7 km
- Visual: O topo da serra vale o esforço
- Percurso: Íngreme, que exige muita perna e braço, em estrada de pedra e terra fofa
- Tipo: Aventura, onde o objetivo e chegar no topo da serra e voltar inteiro