quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

Vídeo da Rota Cicloturística Márcia Prado

Já tem um tempo que estou fazendo vídeos das aventuras, mas aos poucos vou pegando jeito na filmagem e na edição. 
Seguindo essa onda, fiz um vídeo das filmagens durante a Rota cicloturística Márcia Prado, relato descrito um post antes.


Rota Cicloturística Márcia Prado

No sábado, 18 de dezembro de 2010, aconteceu a segunda edição da Rota Cicloturística Márcia Prado, rota organizada pelo Instituto CicloBR para um percurso de São Paulo até o litoral e que infelizmente depende da boa vontade de alguns órgãos e empresas (EcoVias, a administração do Parque Estadual da Serra do Mar, Polícia Militar, etc). Vamos ao relato do pedal:
Madruguei sabadão e pouco antes da 7:00 horas já estava no início da ciclovia da Marginal Pinheiros, na estação Vila Olímpia da CPTM. Postei um relato sobre essa ciclovia em Nova ciclovia do Rio Pinheiros. Pontualmente as 7:00 hrs o pessoal começou a sair para percorrer a rota. Tinha ainda pouca gente e percebi que eles não estavam aglomerando, ou seja, estavam chegando aos poucos e já saindo. Como o pessoal de Guará (os Guará Bikers ) atrasou um pouco para chegar, resolvi percorrer a ciclovia devagar para encontrá-los mais para frente.
Desta vez, o cheiro estava mais suportável durante o trajeto da ciclovia. O tempo estava estável e parecia que não iria chover. Logo encontrei uma família de Capivaras na margem do rio.
Esperei o pessoal de Guará no ponto de apoio no fim da ciclovia e logo que chegaram, já saímos para enfrentar o trecho urbano da rota, sentido Grajaú. 
Junto com o pessoal de Guará, veio o pessoal de Sorocaba, com suas camisas laranjas e que pedalaram conosco durante um bom trecho. Ruas apertadas, motoristas de ônibus inconsequentes e alguns bikers abusados quase fizeram acontecer alguns acidentes. Eu mesmo tomei várias "finas" durante esse trecho. O trecho e o transito realmente são caóticos. 
Quando saíamos dum posto de gasolina na Av. Belmira Marin, meu pneu traseiro muchou. Voltei ao posto para trocar a câmara de ar e fiquei uns 15 minutos atrás do grupo. Esse foi o único incidente durante o percurso. Logo voltei ao pedal e encontrei o pessoal bem mais a frente. Umas subidas e descidas à frente e chegamos à balsa, que nos levaria para a Ilha do Bororê, na represa de Guarapiranga.
Lá encontrei alguns velhos amigos do pedal. Tinham muitos bikers por lá e quase não couberam na balsa, que tinha que dividir espaço com os carros. 
O visual era bacana e podíamos avistar o trecho sul do Rodoanel de lá. O percurso da balsa é curtinho e logo chegamos na outra margem. O relevo, assim como do trecho urbano era cheio de subidas e descidas curtinhas, mas que cansavam um pouco. Logo passamos pelo Rodoanel.
Uns 5 kms à frente chegamos a outra balsa, também com percurso curtinho entre uma margem e outra. 
Voltamos à estrada de terra e mais à frente paramos para ajudar um grupo de garotos, ciclistas novatos. A roda de um deles estava fora de centro, pegando pneu no quadro e eles não tinham nada de ferramentas, nem nada que qualquer ciclista de bom senso levaria durante um pedal como aquele. Emprestamos uma chave de roda, já que também a bike com problemas não tinha blocagem e o garoto ainda disse que não sabia usar a chave. Um deles ainda estava de chinelos. Me pergunto: como alguém que vai fazer um pedal de 100 km vai com uma bicicleta ruim, sem revisão, sem ferramentas, sem saber nada de manutenção e ainda de chinelos ? E esse caso foi apenas um de vários outros de pessoas despreparadas que encontramos pelo caminho. Tinha até gente de calça jeans pela rota !!!
Continuamos pela estrada de terra e uns 10 kms à frente chegamos na Rodovia dos Imigrantes. Passamos por uma trilha de uns 30 metros e botamos o pé da rodovia. Lá, ficamos aglomerando no acostamento para batedores da polícia, de motos, nos levar até o início da estrada da manutenção. 
Só que esse tempo de espera foi de mais de meia hora e em vez de irmos direto, para não termos que cruzar uma alça de acesso (por causa dos carros), pedalamos pelas 3 alças de acesso, que deu uns 3 kms a mais de pedal (para não cruzar um trecho de 20 metros).
Voltamos a Imigrantes e logo pegamos uma descidona, onde o pessoal soltou o freio, mas quase deu m****, por causa de um carro parado no acostamento. 
Após o gás da descida, entramos de fato na estrada da manutenção. No início, junto a umas tendas, tivemos que preencher um cadastro e assistimos uma pequena "palestra" dado por um dos integrantes do instituto CicloBR, alertando sobre os perigos da descida, o motivo do cadastro e os objetivos do movimento.
Começamos a descida pela manutenção, com um visual sensacional. A primeira vez que desci a manutenção foi em 2008 e relatei em Pedal São Paulo - Santos pela Estrada da Manutenção. Iámos parando, tirando fotos e descendo devagar, porque a quantidade de limo era muito grande, muito maior do que em 2008. Às vezes formava até um barrinho, que se alguém freiasse ali, seria chão na certa. Paramos antes e na cachoeira para tirarmos umas fotos e apreciamos o visual da região.
De alguns pontos podíamos avistar o litoral e o traçado que a Imigrantes fazia no meio da serra.
Quando recomeçamos, passamos por uma acidente feio: um ciclista caiu na descida e ficou sangrando imobilizado, esperando por uma ambulância. Melhoras a ele.
Mais descidas ainda, algumas subidas fortes e chegamos à guarita do Parque Estadual da Serra do Mar, onde esperamos o grupo chegar. 
Seguimos para Cubatão, passamos pela favela e desta vez fomos por um caminho alternativo, sem passar por um trechinho da Anchieta famoso pelos assaltos a ciclistas. Mais à frente chegamos a Santos com uma garoa, que mais refrescava que molhava, encontramos o pessoal do CicloBR para pegar nosso certificado de conclusão do percurso.
Na praia do lado encontramos o pessoal de Guará num quiosque, onde merecidamente tomamos uma cervejinha das boas. Tive uma surpresa quando fui guardar a bike na carreta: um pássaro muito bonito, provavelmente escapado de alguma gaiola pousou na nossa van. Espero que ele não tenha sido capiturado depois.
O pedal deu 112 km (a rota deu 102 km), e apesar da organização ser legal,  o único problema que vi é que as placas e indicações de trajeto (setas em amarelo) muitas vezes eram difíceis de serem achadas e isso levou muita gente a se perder, no trecho urbano de São Paulo e em Santos.
Parabéns ao pessoal do Guarabikers, pois todos percorreram o trajeto sem problemas. Mandaram muito bem. A foto abaixo é da saída deles na ciclovia (eu comecei o pedal antes deles ...).
O percurso do Garmin Connect (onde poderão ser obtidas a altimetria, o track do GPS e outras firulas) está abaixo:

domingo, 28 de novembro de 2010

Pedal para a Serra da Cantareira - Velhão

Domingão de sol, depois de uma onda de frio e chuvas, rolou um pedal que eu estava querendo fazer a um tempão: para a Serra da Cantareira, em São Paulo.
Esse pedal foi agitado pelo Pei, do grupo que eu pedalo em Sampa, os VCPedala? ou VCPs. 
Pouco depois das 8:00 horas da manhã saímos em 3 bikers do Posto BR da Avenida República do Líbano (onde fica a Temakeria, nosso ponto de encontro). Pegamos a Avenida Brasil, Avenida Sumaré, atravessamos o Rio Tietê, Avenida Engenheiro Caetano Álvares e a Estrada de Santa Inês. No início dessa estrada, passamos pelo Horto Florestal, onde começam as subidas e continuando ela, chegamos na divisa de municípios entre São Paulo e Mairiporã. Um aviso importante é que a maioria do trecho dessa estrada é sem acostamento, então deve-se ter muito cuidado já que os carros passam bem próximos aos ciclistas. Em outras palavras, não aconselhável para novatos no pedal.
No meio do caminho fizemos algumas paradas, já que o calor estava aumentando e paramos para beber uma água e comer umas barrinhas. Logo na divisa de municípios chegamos ao Velhão, complexo que reúne um restaurante, lojinhas, sorveteria e uma espécie de antiquário. 
A idéia inicial era irmos um pouco mais longe, talvez chegando ao Dib Restaurante, que fica no outro extremo da serra, então continuamos a subida. Paramos para obter informações de como chegar e achamos a rota no GPS, mas como ia demorar muito, desistimos de ir ao Dib e decidimos subir por mais alguns quilômetros até o ponto mais alto. Quando chegamos a 1111 metros de altitude, vimos que ia começar a descida e decidimos voltar. Voltamos ao Velhão onde paramos para tomar o tão esperado café da manhã. 
Por R$ 20,00 por cabeça, pagos na entrada, tomamos um farto café da manhã no local, que é muito agradável por sinal. 
Depois de muita comilança e um bom bate papo, resolvemos voltar ao pedal, de volta a São Paulo. Com uma bela preguiça e um sol de torrar a cabeça, iniciamos a descida da Serra. Um caminhão enguiçado na pista de subida me fez fritar os pneus para frear atrás de um carro que estava descendo e teve que parar por causa da pista dupla que se formou na estrada. Mais à frente, outro acidente entre 2 carros na subida. Logo avisto um pequeno mirante com vista para a favela local onde parei para tirar umas fotos. O lixo jogado às margens da estrada foram presentes em boa parte do trajeto.
Um trecho de subida e depois mais descida até chegarmos à Avenida Voluntários da Pátria, que escolhemos para variar o caminho de volta. Pouco depois das 13:00 horas, com um calor beirando o insuportável atravessamos a Avenida do Estado e chegamos na Ricardo Jafet, onde o Pei agitou o fechamento do pedal: Barraca do Zé tomar um açaí, que foi aceito na hora !
Subimos a eterna Avenida Miguel Stéfano sonhando por um açaí geladinho até que chegamos, por volta das 14:00 horas. Parecia um Oásis no meio do deserto.
Depois de muito açaí, fui para a casa, onde um bom banho gelado me esperava.
O pedal deu 68 km e logo iremos fazer outro caminho para o lado da Serra da Cantareira, já que vimos que existem muitos lugares legais por aquelas bandas. Em breve postarei o vídeo do pedal.
Abaixo a altimetria, a captura do Google Earth da subida da serra e detalhes da minha área do Garmin Connect.

quinta-feira, 18 de novembro de 2010

Vídeo da Trilha para São Francisco dos Campos com retorno pelos Pilões

Segue o vídeo da Trilha para São Francisco dos Campos com retorno pelos Pilões. O relato com fotos está em Trilha para São Francisco dos Campos com retorno pelos Pilões.
O motivo deu postar o vídeo no Vimeo é que o Youtube agora está tirando o áudio de vídeos com trilha sonora por causa de direitos autorais. Como eu acho que músico tem que ganhar dinheiro fazendo shows, então adeus Youtube.
Esse vídeo contém trechos da minha filmagem e da Helmet Cam do José Ivan, além de várias fotos que nós e o Gustavo Abelha tiramos.
Saímos de Guará pouco depois das 7:30 hrs, fomos para Piquete, pegamos a estrada para São Francisco dos Campos e descemos de volta pelos Pilões, onde chegamos depois das 20:00 hrs, depois de muito frio, chuva e uns tombos.
Foi aventura total !!!

segunda-feira, 15 de novembro de 2010

Trilha para São Francisco dos Campos com retorno pelos Pilões

Tem muito tempo que eu queria fazer esse pedal. Um tempo atrás eu até tentei fazê-lo, só que no sentido inverso. Quanta ingenuidade minha que iria conseguir (relatei em Pedal para divisa SP/MG pelos Pilões).
Tudo começou com o pessoal do Guarabikers agitando uma cicloviagem de 2 dias que iria fazer um trajeto maior, só que voltando pelo Gomeral. Como não teve o número de confirmados necessário para bancar o carro de apoio, decidiram então fazer uma trilha de um dia, saindo de Guaratinguetá, subindo por trilha até Piquete, pegando a BR459 até o posto da PRF perto de Barreira (divisa SP/MG), entrando na estradinha de São Francisco dos Campos e descendo pelos Pilões até Guará. Este último trecho faz parte da romaria até Aparecida, também conhecido com trilha dos tropeiros.
A previsão do tempo era desanimadora, mas dessa vez eu encarava qualquer coisa. Domingão de feriado madruguei, equipei e fui encontrar o pessoal, na frente do Itaguará.
Saímos em 7 bikers (Eu, Gustavo Abelha, Zé Ivan, Lauro, Michel e Bira - o Massa Barro apareceu de Speed e pedalou com a gente poucos kms ...) por volta das 7:45 horas sentido estrada da Colônia. O trecho estava planilhado e zeramos o odômetro em frente o restaurante Bela Santa. Todo mundo estava bem empolgado com a trilha e tinha até trilha sonora rolando (e das boas). 
Descendo a estrada da Colônia, pegamos a esquerda na bifurcação, entramos na estrada de terra, passamos pela ponte e logo estaríamos na estrada da Posses (trecho relatado em Pedal para Lorena pela estrada das Posses). 
Da estrada das Posses pegamos à esquerda e seguimos direto até Piquete. A trilhinha era boa, tinha até um riozinho para atravessar. 
A garoa começou, mas estava naquele chove e não molha e por enquanto nem incomodava.   O trecho era um misto de single track e estradão, tinham umas subidas difíceis de pedalar, umas descidinhas e algumas porteiras. 
Logo chegamos à Piquete e paramos no posto / restaurante na entrada na cidade. Comemos  alguma coisa, batemos um papo e na saída o Bira resolveu voltar de lá para Guará. 
O trecho agora era de 14 km de subida pela BR459 até o posto da Polícia Rodoviária Federal no alto da serra. Começamos a subida e paramos na bifurcação para a estradinha do Marins. Esperamos o resto do pessoal e logo recomeçamos o pedal. 
A medida que subia, encontrava um pessoal descendo de bike. Foram muitos MTBikers descendo em grupo, em dupla, sós, etc. Tinha até um casal descendo de tandem.
Paramos novamente para agrupar o pessoal num posto sei lá de que órgão, no trecho mais sinuoso da serra e tiramos umas fotos do vale, que é muito bonito. 
Logo nos deparamos com um fato muito doido, o Lauro soltando fumaça (de tão frio, o vapor que saía da camisa dele, de algodão, parecia fumaça).
Votamos a pedalar e mais para frente, mais uma parada: desta vez na linda e alta cachoeira que fica na beira da BR e que certamente passa despercebido por quase todos as pessoas que passam pelo local de carro. 
Na cachoeira ainda encontramos um pessoal que pertencia ao grupo que estava descendo a serra e falaram que estavam vindo de Lavras com destino à Aparecida, num total de 35 bikers !
A subida apertava e começava a cansar. A garoa e a neblina também apertavam. Parei umas 2 ou 3 vezes para descansar e tomar uma água. Uma dessas paradas reabasteci a bolsa de hidratação da mochila numa bica numa obra no meio da serra. Logo cruzei com o Michel (que estava na minha frente) descendo e se despedindo, pois ele também estava voltando para Guará. As placas na estrada informavam quantos kms faltavam de subida. 10, 9, 8, logo vieram 3, 2, 1, enfim cheguei no posto da PRF (o km 0 ficava na divisa de estados, bem próximo ao posto). 
No posto, fui recepcionado por um cachorrão preto, que abanava o rabo o tempo todo, mas que por vezes mostrava os dentes quando eu o chamava. Na hora apelidei-o de Trairão. 
Foi eu chegar, tirar umas fotos e a chuva apertou. O frio estava pegando e logo coloquei meu Anorak, já que o local ficava a pouco de mais de 1400 mts de altitude.
Uns minutos depois chegou o pessoal que iria completar o percurso, Gustavo, Zé e Lauro.   O Lauro era um sujeito muito doido: saiu para completar o percurso sem água, sem comida, sem roupa de frio, sem câmara de ar e com R$ 10,00 no bolso. Claro que pegamos no pé dele a viagem toda. Com uma capa de chuva e uns manguitos emprestados ele mandou bem.
Recomeçamos novamente, agora pela estradinha de terra com pedras que saía do lado do posto da PRF. 
Alguns centenas de metros depois chegamos na rampa de vôo-livre onde fizemos nova parada. Que pena que estava nublado e não pudemos contemplar a maravilhosa vista que estava à nossa frente.
Voltando novamente ao pedal, começavam as subidas intermináveis de terra e pedra que não davam para pedalar, ou seja, foi um tempão empurrando a bike. 
Chegamos a 1836 mts de altitude e passado o trecho íngreme, vieram algumas descidas meio perigosas de pedra e barro. Passamos pela estradinha que levava ao Pico do Ataque, ponto culminante da serra, mas que nem pensamos em subir devido ao horário e as condições do tempo. Uns quilometros à frente chegamos em São Francisco dos Campos, que é um bairro rural de Wenceslau Brás. Lá existem algumas propriedades e as ruínas de um Sanatório desativado no início do século passado. 
Paramos para alguns ajustes nos freios, afinal os v-brakes de alguns precisavam de regulagem e voltando ao pedal logo chegamos à Pousada do Barão, um hotel fazenda famoso da região. Entramos no hotel e lá dentro fizemos uma parada para tomarmos uma água (o Gustavo tinha umas proteínas em pó), comermos umas barrinhas e descansarmos um pouco. 
Atravessamos o hotel para continuarmos a trilha, passamos por uma cachoeira muito doida com uma prainha onde paramos para fotos.
Continuamos subindo por uma estrada até passarmos por um pinguela sobre um riacho, fácil de ser atravessado.  
Logo chegamos no início do trecho de descida, a uns 2 km do hotel.
No ponto de início da descida existem umas imagens de santos e infelizmente um monte de lixo, deixados provavelmente por pessoas que acamparam na região. A seta sinalizava o início da trilha de descida. Já eram 16:00 horas.
A descida começa por um single track com valeta e logo vimos que tínhamos que descer das bikes (devidos a uns quase tombos que tomamos). 
A trilha ficava íngreme e logo se transformava numa erosão, cheia de pedras e valetas. Em alguns pontos tínhamos que andar apoiados na bike, com ela inclinada dum lado e nós do outro. 
Outros trechos tínhamos que carregar as bikes. Como minha sapatilha estavam sem cravos, ela estava muito escorradia e isso me fazia levar muito tombos na descida. Gastávamos mais de 1 hora para andar 1 km e não conseguíamos ir mais depressa. Alguns trechos ficavam melhores, quase dando para subirmos nas bikes, mas de repente novos buracos nos faziam empurrar e levantar as magrelas. Às vezes tínhamos que parar, analisar e ver por onde passarmos. O Gustavo e o Lauro se distanciaram de nós e através do rádio íamos nos comunicando para ver onde estavam. Já se passavam das 19:00 horas quando atravessamos o primeiro riacho depois da subida e foi onde vimos que o trecho de erosão não voltaria.
Nessas alturas já estava escuro e eu estava com uma lanterna de cabeça, que mais atrapalhava que iluminava, por causa da chuva e com uma lanterna de mão, e mesmo assim não me arriscava na estradinha que nos levaria aos Pilões pelas pedras e valetas no caminho. Foi por isso que o Zé tomou um tombo cinematográfico: numa valeta a roda da frente da bike dele foi para um lado e ele num reflexo ninja deu uma rolada no chão e quase que caiu de pé. Passamos por mais um riacho, atravessamos um curral onde atolamos pés e bike em bosta de vaca, passamos por um porteira e agora sim, voltamos a subir nas bikes. Mais algumas descidas chegamos a um bar pouco antes dos Pilões, onde o Gustavo e o Lauro nos esperavam com um cervejinha bem gelada.
Após algumas garrafas, umas doses de cachaça das amarelinhas e uns sanduíches de pão com mortadela, conseguímos uma carona com o seu João, que nos levou para a cidade em sua picape. Com isso economizamos mais de 20 km de pedal e mesmo assim cheguei em casa lá pelas 22:00 horas.
Não contávamos que iríamos gastar mais de 3 horas na descida, mas independente dos perrengues, considerei que o pedal foi muito bom, talvez muita aventura para alguns, mas certamente valeu cada quilômetro percorrido. Pela quantidade de barro em mim e na bike deu pra perceber que o pedal foi muito doido.
Não poderia deixar de comentar a famosa frase do Gustavo: "O pior já passou !!!", dita várias vezes em boa parte da descida da serra ...
Ao todo foram 69,59 kms, 6:41 hrs pedalados, quase 14 horas de aventura e 1994 mts de subidas acumuladas, afinal saímos de 501 mts (altitude de Guará) e no meio do caminho chegamos a 1836 mts. Animal !!!!
Mais detalhes do trajeto estão na minha área do Garmin Connect.
A seguir, a altimetria e a captura do Google Earth do trajeto completo e da Serra da Mantiqueira.



sábado, 13 de novembro de 2010

Vídeo do Trekking para o Pico das Agulhas Negras

De uns tempos para cá resolvi filmar parte das aventuras e acabei fazendo uns videos, com alguns softwares básicos de edição. Esse foi um dos primeiros (para primeiro acho que não está tão ruim).
O relato da aventura que fiz em setembro está publicado em Trekking para o Pico das Agulhas Negras.
O vídeo segue abaixo:


sexta-feira, 12 de novembro de 2010

Porque estou pedalando tão pouco ...

A foto explica tudo:

Os lembretes são atualizados pela minha esposa.
Logo a tortura acaba !!!

segunda-feira, 6 de setembro de 2010

Pedal Cup - Etapa Lorena

Domingão de feriado prolongado, céu azul, temperatura agradável, é lá estava eu para mais uma provinha, a primeira depois da recuperação do meu problema na coluna. No início estava um pouco tenso e preocupado, porque havia ficado 6 meses sem pedalar e voltei ao pedal apenas 3 semanas antes. 
Eu e o Alexandre saímos de Guará com as bikes no carro e lá pelas 7:30 hrs chegamos em Lorena.
Montamos as bikes, equipamos e um tempo depois encontramos os VCPs Ganso, Victor, Fernanda e Pinda. Perto das 9:00 hrs fomos para a largada e as 9:10 hrs saímos. Na foto a seguir, aparecerem os VCPs no momento da largada (Vitor de camisa colorida no centro, Ganso no canto esquerdo, Pinda atrás de azul e eu atrás do Pinda) ... 
... e eu pouco tempo depois.
Como o percurso saía quase que do centro da cidade, batedores de moto escoltaram todos até cruzar a Via Dutra, num trecho de paralelepípedos e com forte vento contra. Após cruzar a rodovia o pessoal se distanciou e começou um trecho de uns 4 km de asfalto. Logo veio a terra e com as subidas o pessoal foi se distanciando ainda mais. Os mais afoitos iam ficando sem gás, eu ultrapassava alguns e outros me passavam. Com 16 km de prova começou a principal subida da prova, em direção à serra de Quebra Cangalha, com quase 7 kms de extensão e 550 metros de ascensão. Eu havia descido ela uns dois anos atrás (Pedal para a Rocinha) e já sabia que iria ser punk. Iniciei com ritmo tranquilo e confortável porque queria subí-la toda pedalando e sem parar. Mantive em torno de 160 a 165 batimentos/minuto para aguentar até o fim e encarei a danada. Tinham trechos de terra fofa e pedra que dificultavam a subida. Muita gente empurrava. O visual ia ficando muito bonito e eu tinha que controlar para não desequilibrar e cair. A foto a seguir é de quando fiz o pedal em 2008 e mostra boa parte da subida (não levei câmera durante a prova). 
Foram 59 minutos nesse ritmo e já a uns 50 metros do alto da montanha, pouco depois de passar o Victor que estava empurrando, nem teve jeito. Para não cair, desci da bike e empurrei até o fim da subida, onde paramos no ponto de água e mandei mais um gel para dar um gás. Logo iniciei novamente e como não estava tão cansado fui fazendo um ritmo bom. 
Logo, no fim de uma descida, encontrei uma menina com o pneu furado e quando perguntei se estava tudo bem, veio a pergunta: Tem bomba ? Não dei outra, parei para ajudar. Enquanto estava parada vi a primeira mulher passando. Logo depois o Victor me passou e em seguida a Fernanda. Como tinham apenas 3 mulheres na categoria e uma delas estava com o pneu furado, eu gritei: Fê, se você chegar vai pegar o segundo lugar ! Depois de uns 10 minutos, resolvido o problema da competidora, voltei ao pedal.
Apareceram umas subidinhas um pouco mais fortes e umas descidas. Numa curva em descida, cheia de terra fofa quase não consegui seguir a trajetória e bati leve no barranco. Já era um sinal para ficar esperto nas descidas, que estavam bem perigosas por causa da terra fofa. 
Veio o trecho de single-track, saindo da estrada e entrando num matinho ao lado de um riacho. Atravessamos o riacho e seguimos por um trilha no meio das árvores até sair em um lago e pegar uma subida bem íngreme, que não deu para continuar pedalando. Logo veio uma vala para atravessar, com uma tábua estreita para passar. Não arrisquei, desviei pelo brejo de barro.
Mais uma subida e no alto do morro passo pela Fê, que me disse que havia tomado um tombo feio, provavelmente na mesma curva que eu quase caí. Continuei pela estradinha e após alguns kms encontro novamente o Victor, empurrando a bike em uma subida. A partir daí, continuamos bem próximos, um passando o outro toda a hora. Já estávamos próximo à Via Dutra quando o vento contra apertou. Nessa eu diminuí o ritmo. Logo veio o paralelepípedo da entrada de Lorena para dificultar ainda mais. Quando eu menos esperava, vi a chegada, que foi bem antes do local da largada. Logo encontrei o Victor e o Ganso. Uns minutos e a Fê chegava também.
Após um tempinho de descanso, fomos para o local da largada, onde pegamos a medalha, assistimos a premiação e nos despedimos dos amigos.
A Fê foi a campeã da categoria feminina e a segunda colocada foi a menina do pneu furado.
No geral a prova foi difícil, com 1249 metros de ascensão acumulada e 56,49 km. A organização da prova foi muito boa, com sinalização boa, muitos pontos de água com muita água, sem muvuca no local da largada e tudo muito bem controlado.
As dificuldades da prova foram a altimetria que era puxada e os trechos de descida, que tinham muita terra fofa e mandavam para o chão qualquer biker que vacilasse.
A próxima etapa do Pedal Cup será em Pindamonhangaba e acontecerá em 07 de novembro de 2010.
A seguir estão os dados do pedal ...
... a altimetria,
... captura do Google Earth do trajeto,
e da parte de altitude (subida à direita e descida à esquerda) .