quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

Vídeo da Rota Cicloturística Márcia Prado

Já tem um tempo que estou fazendo vídeos das aventuras, mas aos poucos vou pegando jeito na filmagem e na edição. 
Seguindo essa onda, fiz um vídeo das filmagens durante a Rota cicloturística Márcia Prado, relato descrito um post antes.


Rota Cicloturística Márcia Prado

No sábado, 18 de dezembro de 2010, aconteceu a segunda edição da Rota Cicloturística Márcia Prado, rota organizada pelo Instituto CicloBR para um percurso de São Paulo até o litoral e que infelizmente depende da boa vontade de alguns órgãos e empresas (EcoVias, a administração do Parque Estadual da Serra do Mar, Polícia Militar, etc). Vamos ao relato do pedal:
Madruguei sabadão e pouco antes da 7:00 horas já estava no início da ciclovia da Marginal Pinheiros, na estação Vila Olímpia da CPTM. Postei um relato sobre essa ciclovia em Nova ciclovia do Rio Pinheiros. Pontualmente as 7:00 hrs o pessoal começou a sair para percorrer a rota. Tinha ainda pouca gente e percebi que eles não estavam aglomerando, ou seja, estavam chegando aos poucos e já saindo. Como o pessoal de Guará (os Guará Bikers ) atrasou um pouco para chegar, resolvi percorrer a ciclovia devagar para encontrá-los mais para frente.
Desta vez, o cheiro estava mais suportável durante o trajeto da ciclovia. O tempo estava estável e parecia que não iria chover. Logo encontrei uma família de Capivaras na margem do rio.
Esperei o pessoal de Guará no ponto de apoio no fim da ciclovia e logo que chegaram, já saímos para enfrentar o trecho urbano da rota, sentido Grajaú. 
Junto com o pessoal de Guará, veio o pessoal de Sorocaba, com suas camisas laranjas e que pedalaram conosco durante um bom trecho. Ruas apertadas, motoristas de ônibus inconsequentes e alguns bikers abusados quase fizeram acontecer alguns acidentes. Eu mesmo tomei várias "finas" durante esse trecho. O trecho e o transito realmente são caóticos. 
Quando saíamos dum posto de gasolina na Av. Belmira Marin, meu pneu traseiro muchou. Voltei ao posto para trocar a câmara de ar e fiquei uns 15 minutos atrás do grupo. Esse foi o único incidente durante o percurso. Logo voltei ao pedal e encontrei o pessoal bem mais a frente. Umas subidas e descidas à frente e chegamos à balsa, que nos levaria para a Ilha do Bororê, na represa de Guarapiranga.
Lá encontrei alguns velhos amigos do pedal. Tinham muitos bikers por lá e quase não couberam na balsa, que tinha que dividir espaço com os carros. 
O visual era bacana e podíamos avistar o trecho sul do Rodoanel de lá. O percurso da balsa é curtinho e logo chegamos na outra margem. O relevo, assim como do trecho urbano era cheio de subidas e descidas curtinhas, mas que cansavam um pouco. Logo passamos pelo Rodoanel.
Uns 5 kms à frente chegamos a outra balsa, também com percurso curtinho entre uma margem e outra. 
Voltamos à estrada de terra e mais à frente paramos para ajudar um grupo de garotos, ciclistas novatos. A roda de um deles estava fora de centro, pegando pneu no quadro e eles não tinham nada de ferramentas, nem nada que qualquer ciclista de bom senso levaria durante um pedal como aquele. Emprestamos uma chave de roda, já que também a bike com problemas não tinha blocagem e o garoto ainda disse que não sabia usar a chave. Um deles ainda estava de chinelos. Me pergunto: como alguém que vai fazer um pedal de 100 km vai com uma bicicleta ruim, sem revisão, sem ferramentas, sem saber nada de manutenção e ainda de chinelos ? E esse caso foi apenas um de vários outros de pessoas despreparadas que encontramos pelo caminho. Tinha até gente de calça jeans pela rota !!!
Continuamos pela estrada de terra e uns 10 kms à frente chegamos na Rodovia dos Imigrantes. Passamos por uma trilha de uns 30 metros e botamos o pé da rodovia. Lá, ficamos aglomerando no acostamento para batedores da polícia, de motos, nos levar até o início da estrada da manutenção. 
Só que esse tempo de espera foi de mais de meia hora e em vez de irmos direto, para não termos que cruzar uma alça de acesso (por causa dos carros), pedalamos pelas 3 alças de acesso, que deu uns 3 kms a mais de pedal (para não cruzar um trecho de 20 metros).
Voltamos a Imigrantes e logo pegamos uma descidona, onde o pessoal soltou o freio, mas quase deu m****, por causa de um carro parado no acostamento. 
Após o gás da descida, entramos de fato na estrada da manutenção. No início, junto a umas tendas, tivemos que preencher um cadastro e assistimos uma pequena "palestra" dado por um dos integrantes do instituto CicloBR, alertando sobre os perigos da descida, o motivo do cadastro e os objetivos do movimento.
Começamos a descida pela manutenção, com um visual sensacional. A primeira vez que desci a manutenção foi em 2008 e relatei em Pedal São Paulo - Santos pela Estrada da Manutenção. Iámos parando, tirando fotos e descendo devagar, porque a quantidade de limo era muito grande, muito maior do que em 2008. Às vezes formava até um barrinho, que se alguém freiasse ali, seria chão na certa. Paramos antes e na cachoeira para tirarmos umas fotos e apreciamos o visual da região.
De alguns pontos podíamos avistar o litoral e o traçado que a Imigrantes fazia no meio da serra.
Quando recomeçamos, passamos por uma acidente feio: um ciclista caiu na descida e ficou sangrando imobilizado, esperando por uma ambulância. Melhoras a ele.
Mais descidas ainda, algumas subidas fortes e chegamos à guarita do Parque Estadual da Serra do Mar, onde esperamos o grupo chegar. 
Seguimos para Cubatão, passamos pela favela e desta vez fomos por um caminho alternativo, sem passar por um trechinho da Anchieta famoso pelos assaltos a ciclistas. Mais à frente chegamos a Santos com uma garoa, que mais refrescava que molhava, encontramos o pessoal do CicloBR para pegar nosso certificado de conclusão do percurso.
Na praia do lado encontramos o pessoal de Guará num quiosque, onde merecidamente tomamos uma cervejinha das boas. Tive uma surpresa quando fui guardar a bike na carreta: um pássaro muito bonito, provavelmente escapado de alguma gaiola pousou na nossa van. Espero que ele não tenha sido capiturado depois.
O pedal deu 112 km (a rota deu 102 km), e apesar da organização ser legal,  o único problema que vi é que as placas e indicações de trajeto (setas em amarelo) muitas vezes eram difíceis de serem achadas e isso levou muita gente a se perder, no trecho urbano de São Paulo e em Santos.
Parabéns ao pessoal do Guarabikers, pois todos percorreram o trajeto sem problemas. Mandaram muito bem. A foto abaixo é da saída deles na ciclovia (eu comecei o pedal antes deles ...).
O percurso do Garmin Connect (onde poderão ser obtidas a altimetria, o track do GPS e outras firulas) está abaixo: